
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a hipertensão um problema de saúde pública, uma vez que o número de casos não para de crescer. Nos Estados Unidos chega a 5% da população pediátrica principalmente relacionado ao aumento da obesidade infantil. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o risco de desenvolver hipertensão é oito vezes maior nas crianças obesas.
A doença age silenciosamente. Sem muitos sintomas, afeta pessoas todas as idades e condições sociais. Não poupa sequer as crianças e os adolescentes.
As pesquisas indicam que a elevação da pressão arterial na infância representa fator de risco para enfermidades cardiovasculares na vida adulta. Filhos de pais hipertensos devem ser avaliados desde cedo, porque pressão alta é uma doença hereditária, crônico-degenerativa que ataca os vasos sanguíneos e pode provocar lesões graves no coração, cérebro, rins, membros e outras grandes artérias do nosso corpo.
Nos primeiros anos de vida, a pressão alta pode ser secundária a alguma doença de base, doenças renais, endócrinas, cardíacas e pulmonares. Prematuros e crianças que nascem com baixo peso também podem desenvolver hipertensão arterial secundária.
Nem sempre é possível determinar a causa da hipertensão nas crianças e adolescentes. Estudos mostram que histórico familiar, obesidade, sedentarismo, maior ingestão de sal e menor de potássio são fatores de risco que contribuem para o aparecimento da hipertensão arterial na infância. Na adolescência, o cigarro, o consumo de bebidas alcoólicas e de outras drogas, o uso de anabolizantes e pílulas anticoncepcionais, também são fatores de risco para hipertensão.
A pressão arterial elevada raramente causa sintomas em crianças, adolescentes e adultos. Por isso, a pressão arterial deve ser aferida com regularidade nas consultas médicas de rotina. Os sinais aparecem quando as complicações estão instaladas. Os sintomas mais comuns são dor de cabeça, tonturas, falta de ar, zumbido no ouvido, visão embaçada, sangramento nasal e cansaço.
Uma medida isolada com valores alterados não é suficiente para fazer o diagnóstico de hipertensão arterial. Crianças e adolescentes só podem ser considerados hipertensos depois de três medições consecutivas. A confirmação se faz através da realização do exame MAPA (monitorização ambulatorial da pressão arterial).
A análise dos níveis da pressão arterial na infância, baseia-se em critérios estatísticos, usando como referência tabelas com os valores normais da pressão arterial sistólica e diastólica em crianças e adolescentes da mesma idade, sexo e percentil de estatura. Os aparelhos usados para medir a pressão nos adultos não servem para o exame das crianças. Existem modelos específicos para uso em pediatria. Eles possuem o manguito com a bolsa de borracha no tamanho adequado à circunferência do braço da criança e devem ser recalibrados a cada seis meses.
O diagnóstico precoce e a introdução imediata do tratamento para controlar a hipertensão arterial na infância e adolescência são fundamentais para prevenir complicações da doença no futuro. A escolha do esquema terapêutico está diretamente ligada à identificação das causas do problema.
Na Clínica Nefrokids grande parte de crianças jovens hipertensas são portadoras de um histórico de infecção urinária febril recorrente nos primeiros anos de vida pois podem desenvolver cicatrizes nos rins. Em crianças maiores o número de crianças hipertensas tem aumentado pelo sobrepeso. Confirmamos o diagnóstico e modulamos o tratamento através da Monitorização da Pressão Arterial Ambulatorial (M.A.P.A.) em crianças de qualquer idade.
A M.A.P.A. é padrão-ouro no diagnóstico da hipertensão arterial e controle da eficácia do tratamento possibilitando ajustes periódicos.
Exame não invasivo, avalia a pressão arterial durante um período de 24hs, através de um aparelho leve e portátil preso à cintura e ligado a um manguito no braço, com medidas de pressão a cada 15 a 30 minutos. Possibilita a avaliação da PA durante as atividades rotineiras, assim como durante o sono.
Em crianças, a qualidade do exame depende da instalação com manguitos adequados para cada tamanho, utilizando-se valores de referência próprios para pediatria (tabela por sexo, idade e estatura).
Indicações
- Diagnóstico diferencial da hipertensão de consultório ou hipertensão de avental branco (paciente normotenso que apresenta elevação dos níveis tensionais quando a pressão é aferida pelo médico)
- Confirmação do diagnóstico de hipertensão arterial
- Avaliação de hipertensão arterial refratária
- Hipertensão oculta em pacientes portadores de doença renal crônica
- Suspeita de hipotensão arterial sintomática
- Avaliação da eficácia da terapia anti-hipertensiva
Recomendações:
- Preencher adequadamente o relatório de atividades no período e horários que dormiu e acordou.
- Não desligar ou retirar o aparelho sem comunicar a Clínica.
